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Mostrando postagens de outubro, 2025

FINADOS OU REFINADOS?

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       FINADOS OU REFINADOS?        João J. C. Sampaio       Há tempos, presenciei um emocionante testemunho: uma mulher doente, de idade avançada, de cabelos alvos, de visão e audição comprometidas, de pouquíssimo estudo, mas de profunda compreensão da existência, ministrou uma lição que, dificilmente, esquecerei. Ao saber da morte de uma de suas filhas, manifestou o desejo de chegar bem depressa ao local do velório. Lá, depois de chorar a sua dor diante das pessoas que a contemplavam cheias de compaixão, expressou em voz alta a sua fé, afirmando que ali viera para devolver às mãos de Deus a sua filha querida. Assim como um dia, na alegria a recebera e a encaminhara na vida com a força amorosa de mãe, agora a entregava ao Senhor da Vida, na plena convicção de que cumprira essa missão. Acariciou mais uma vez a filha com suas mãos trêmulas, beijou-a longamente, despediu-se com um “qualquer dia a gente se encontra” e foi-se embora...

ANJO MEU!

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ANJO MEU! João J. C. Sampaio Eu também gosto de cantar a plenos pulmões: "Tem anjos voando neste lugar, no meio do povo, em cima do altar..." e fazendo os gestos de quem gostaria de sair por aí galgando as alturas. Eu sei que somos enlevados pela melodia, pelo significado das palavras e pelo momento do culto no qual glorificamos o Senhor com a alegria do nosso coração. Isso é muito bom e faz bem. Até cristalizamos em uma frase, copiando Santo Agostinho, a força do nosso gesto: "quem canta, reza duas vezes"! Pessoalmente, creio que rezamos muito mais... O propósito desta introdução, não é para enaltecer o canto, mas para falar de anjos. Uns afirmam que eles não existem, enquanto que outros estão ficando ricos com a venda de livros, incenso, velas, imagens angelicais e outros objetos que representam a hierarquia celeste dos reverentes serviçais do Senhor em sua glória. Lembro-me também do Primeiro Catecismo da Doutrina Cristã que perguntava: "Quem são os anjos...

COMUNHÃO SE CULTIVA

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Comunhão se Cultiva... João J. C. Sampaio Há preciosidades que guardamos a sete chaves só pelo prazer de saber que somos os seus donos. Na prática, nem sempre nos proporcionam mais vida, a não ser a engorda de nosso ego, que obedece as pregações capitalistas, incentivadoras do acúmulo de riquezas e do “quem guarda, tem”. Quanta poupança acumulada sob duras renúncias, em nome da segurança do dia de amanhã e que é deixada para alimentar brigas ou alegrias dos herdeiros! Há outras preciosidades que não precisam ser escondidas dentro de colchões, nem de cofres fortes. São as amizades, a vida comunitária, a solidariedade, a fraternidade, a ternura e bens dessa ordem que tornam a vida exuberante. Essas benesses, em vez de serem depositadas em lugares secretos, precisam ser manifestadas, distribuídas e dependem, exclusivamente, de nosso cultivo no chão generoso da existência compartilhada. Quanto mais expostas, mais se fortalecem e quanto mais delas nos servimos, mais agradáveis se tornam. ...