PENTECOSTES
QUANDO O ESPÍRITO DE DEUS SE MOVE EM NÓS...
João J. C. Sampaio
Celebramos o dia de Pentecostes, uma antiga festa judaica de grande importância, que trazia numerosos fiéis à cidade de Jerusalém. Nesse momento festivo, quando uma multidão fazia a cidade se tornar pequena, é que o Espírito Santo de Deus decidiu se manifestar em forma de um vento impetuoso e de línguas de fogo aos Apóstolos que se encontravam acovardados e escondidos... A promessa de Jesus de enviar o Espírito Santo realmente se cumpriu nesse dia e eles saíram, destemidos, a anunciar o Cristo morto e ressuscitado. Foi um momento único, inesquecível, um arrebatamento de glória. Os Atos dos Apóstolos enumeram os locais de procedência dos membros daquela multidão e afirmam que cada um deles ouviu o anúncio de Pedro em sua própria língua (Atos 2). Os que aceitaram o Senhor Jesus foram muitos naquele dia! Se algum tempo antes as pessoas vociferaram pela sua condenação, agora arrependidas, perguntavam o que deviam fazer para serem redimidas!
O mesmo Pentecostes, com a vinda do Espírito Santo, já ocorreu conosco também, pois além de batizados em nome da Trindade Santa, fomos agraciados com os seus dons divinos (Atos 8, 15).
Assim como os Apóstolos foram tomados de uma força que os impulsionou a assumirem uma coragem ilimitada, nós, com o dinamismo do mesmo Espírito somos impelidos a fazer o mesmo. Chegou a nossa vez! Tomara que nos envolvamos nesse fogo amoroso e nessa ventania que faz abrir caminhos para a paz e a nossa realização humana.
O livro dos Atos dos Apóstolos não poderia ser escrito sem a impetuosidade do Espírito. Só o seu calor abrasador seria capaz de remover estruturas culturais solidificadas pela ação do tempo e derrubar barreiras, aparentemente indestrutíveis. Em Pentecostes assistimos a tudo isso e veremos muito mais se nos dispusermos a usar as ferramentas do Espírito de Deus que estão presentes em nós.
Cada vez que refletimos sobre esse momento glorioso, realimentamos a nossa dimensão divina que se projeta na busca de horizontes mais distantes e esperanças inabaláveis. A vinda do Espírito de Deus acalenta em nós um desejo insaciável de caminhar, de descobrir o encoberto, de abrir picadas na mata cerrada de nossas lutas e labutas diárias. Assim nos tornamos mais convictos de que Ele nos impulsiona para frente e para alto preparando-nos sempre para assumir novas tarefas na Igreja do Senhor Jesus.
O tempo de Pentecostes é como o tempo das colheitas. A fartura de dons e frutos do Espírito é tanta que não conseguimos retê-los só para nós como exclusividades. Nós somos vasos pequenos para conter o incontido. Os dons e frutos simplesmente transbordam nossas vidas, se esparramam pelo caminho à medida que avançamos. Não é por acaso, que na festa de Pentecostes de Jerusalém, cada pessoa estrangeira daquela multidão entendia o que o Apóstolo Pedro falava em sua própria língua! Ele transbordava a riqueza do Espírito do Senhor!
Por outro lado, o Senhor Jesus também sabia que a vida continuaria a ter seus percalços e nos prometeu o seu Espírito Consolador que não permitiria que o desânimo tomasse conta de nós. Isso significa que na escola terrena continuaremos a ser guiados por um fantástico Mestre que possui os mesmos sentimentos do Pai e de Jesus. O processo educativo continua...
O único problema poderá estar em nós que ainda relutamos em não nos deixar abrasar pelo Espírito que a tudo move e renova, como aluno relapso que não estuda, vive de imediatismos e reclama de tudo e de todos, menos de si mesmo.
Deixemos que o Espírito Santo de Deus tome conta de nós, sem restrições. Que falemos sempre a sua linguagem amorosa, fraterna, acolhedora e realizadora. Foi para isso que nos presenteou com o dom de línguas! OREMOS:
Envia o teu dom de sabedoria,
Infunda na minha alma a alegria!
Envia o teu dom de tua ciência,
Replena-me de tua inteligência!
Vinde, ó Deus de Amor
Envolver o meu ser com os raios da celeste Luz.
Ó, hóspede a alma, ó doce refrigério,
Inflama-me com o teu santo ardor!
Cumula-me também dos frutos de tua mesa;
Na luta sejas tu a fortaleza.
Coragem prá falar a tua verdade
E praticar a tua caridade
Vinde, ó Deus de Amor
Envolver o meu ser com os raios da celeste Luz.
Ó, hóspede a alma, ó doce refrigério,
Inflama-me com o teu santo ardor!
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