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RENASCER NO NATAL

      RENASCER NO NATAL     João J. C. Sampaio   Em nome da riqueza e do progresso, da grandeza da Nação e do capital, destruímos mangues e florestas, poluímos nossas fontes, rios e o ar que respiramos. Estipulamos ainda lamentáveis diferenciações entre as pessoas, marginalizamos os mais pobres e desvalidos; falseamos os que pensam diferente e até desprezamos os que não possuem a mesma fé.     Trancados, na mansão aparentemente segura de nosso egoísmo,   arbitramos como juízes e donos da verdade:   criticamos Deus e todo o mundo,   enquanto que, pela nossa omissão,   permitimos que a sociedade onde estamos   vá se transformando em lixeira,   numa imunda e desordenada habitação humana!   É neste ambiente pouco recomendável que preparamos o berço de Jesus, o Emanuel! ...

NATAL DE CONSUMO

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  Freepik NATAL DE CONSUMO.   João J. C. Sampaio                               O nosso tempo é especialista em transformar objetos e pessoas em mercadoria. Não é por acaso que são construídos em toda a parte os mega-shoppings , mega-supermercados e outros “megas” para acolher mais produtos e mais consumidores.     O mundo religioso também não escapou a essa dolorosa realidade. Além das farmácias que vendem as mais diferentes drogas para acalmar as dores que acumulamos dentro de uma existência vazia e indiferente, encontramos também recintos religiosos que garantem curas fantásticas e riquezas incalculáveis, desde que, generosa e voluntariamente contribuamos com os nossos dízimos e ofertas. Ao que parece, ir ao supermercado para as compras, à far...

TEMPO DE ADVENTO E DESERTO

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    TEMPO DE ADVENTO E DESERTO.     João J. C. Sampaio                   O tempo do Advento nos apresenta o deserto como tema preferencial. Apresenta, inclusive, a pessoa de João Batista ensinando no deserto da Judéia e conclamando os seus compatriotas a buscarem um modo diferente de proceder. Só com mudanças interiores verdadeiramente significativas poderiam reconhecer o Messias esperado e prometido pela boca dos santos profetas. A atitude de João Batista era a de um educador que conhecia bem a mentalidade do seu povo e, por isso mesmo, aconselhava o Batismo nas águas para tornar clara a separação entre uma vidinha qualquer de uma Vida compromissada com Deus e os irmãos.     Nos tempos mais antigos, o deserto também foi o caminho...

SENHOR JESUS: O CRISTO REI

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  SENHOR JESUS: O CRISTO REI! Apocalipse 5, 9-14)   João J. C. Sampaio. Ao Cordeiro de Deus, ao Leão de Judá, Ao Senhor dos senhores que no trono está: Para Ele a vitória e a glória serão Para sempre, nos séculos sem fim!   Glórias ao Senhor, glórias ao Senhor, Que com seu Sangue nos justificou! Glórias ao Senhor, glórias ao Senhor, Que amorosamente nos salvou!   Ao que dá de beber com a água da Vida E à Fonte que jorra em nós, sem medida, Ao que nutre o seu povo a glória será: Para sempre, nos séculos sem fim   Ao Amém que realiza a vontade do Pai, Ao Primeiro e ao Último, ao Rei sem rival, O louvor de seus filhos reunidos Será, para sempre, nos séculos sem fim!   “Ao nome de Jesus todo o joelho se dobre no céu, na terra e nos   infernos e toda a língua confesse, para a glória de Deus Pai, que JESUS CRISTO É O SENHOR!” (Fil. 2, 10-11) ...

FINADOS OU REFINADOS?

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       FINADOS OU REFINADOS?        João J. C. Sampaio       Há tempos, presenciei um emocionante testemunho: uma mulher doente, de idade avançada, de cabelos alvos, de visão e audição comprometidas, de pouquíssimo estudo, mas de profunda compreensão da existência, ministrou uma lição que, dificilmente, esquecerei. Ao saber da morte de uma de suas filhas, manifestou o desejo de chegar bem depressa ao local do velório. Lá, depois de chorar a sua dor diante das pessoas que a contemplavam cheias de compaixão, expressou em voz alta a sua fé, afirmando que ali viera para devolver às mãos de Deus a sua filha querida. Assim como um dia, na alegria a recebera e a encaminhara na vida com a força amorosa de mãe, agora a entregava ao Senhor da Vida, na plena convicção de que cumprira essa missão. Acariciou mais uma vez a filha com suas mãos trêmulas, beijou-a longamente, despediu-se com um “qualquer dia a gente se encontra” e foi-se embora...

ANJO MEU!

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ANJO MEU! João J. C. Sampaio Eu também gosto de cantar a plenos pulmões: "Tem anjos voando neste lugar, no meio do povo, em cima do altar..." e fazendo os gestos de quem gostaria de sair por aí galgando as alturas. Eu sei que somos enlevados pela melodia, pelo significado das palavras e pelo momento do culto no qual glorificamos o Senhor com a alegria do nosso coração. Isso é muito bom e faz bem. Até cristalizamos em uma frase, copiando Santo Agostinho, a força do nosso gesto: "quem canta, reza duas vezes"! Pessoalmente, creio que rezamos muito mais... O propósito desta introdução, não é para enaltecer o canto, mas para falar de anjos. Uns afirmam que eles não existem, enquanto que outros estão ficando ricos com a venda de livros, incenso, velas, imagens angelicais e outros objetos que representam a hierarquia celeste dos reverentes serviçais do Senhor em sua glória. Lembro-me também do Primeiro Catecismo da Doutrina Cristã que perguntava: "Quem são os anjos...

COMUNHÃO SE CULTIVA

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Comunhão se Cultiva... João J. C. Sampaio Há preciosidades que guardamos a sete chaves só pelo prazer de saber que somos os seus donos. Na prática, nem sempre nos proporcionam mais vida, a não ser a engorda de nosso ego, que obedece as pregações capitalistas, incentivadoras do acúmulo de riquezas e do “quem guarda, tem”. Quanta poupança acumulada sob duras renúncias, em nome da segurança do dia de amanhã e que é deixada para alimentar brigas ou alegrias dos herdeiros! Há outras preciosidades que não precisam ser escondidas dentro de colchões, nem de cofres fortes. São as amizades, a vida comunitária, a solidariedade, a fraternidade, a ternura e bens dessa ordem que tornam a vida exuberante. Essas benesses, em vez de serem depositadas em lugares secretos, precisam ser manifestadas, distribuídas e dependem, exclusivamente, de nosso cultivo no chão generoso da existência compartilhada. Quanto mais expostas, mais se fortalecem e quanto mais delas nos servimos, mais agradáveis se tornam. ...

PAI & PÃO

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PAI & PÃO. João J. C. Sampaio Admiro e invejo os poetas que sabem traduzir suas emoções com muita clareza e com poucas palavras. Ao contrário, sou como pessoas que carregam o mal da insônia, que passam horas contando carneirinhos ou se debatem a noite toda sem poder pregar os olhos. É assim que estou me sentindo na busca de palavras que expressem com justiça e carinho uma homenagem especial aos nossos pais. Acrescentemos ainda os cuidados para não cair no lugar comum onde as palavras esgarçadas perdem a força e não há remendo que recomponha a originalidade. Nada mais salutar, nestes momentos de aridez, que recorrer à fonte da sabedoria e da vida: as Escritas Sagradas, ao pão substancioso dos terráqueos famintos de realização. Assim, nestes dias tão conflituosos e insanos, podemos observar uma impressionante semelhança entre os nossos pais e o profeta Elias que, desesperado, fugia de uma perseguição e não tinha perspectiva de saída. A sua situação era tão angustiante que chegou ao...

EDUCAÇÃO, ASSUNTO NOSSO!

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Foto portaleducação A EDUCAÇÃO É ASSUNTO NOSSO!     João J. C. Sampaio                 Vivemos na atualidade um sentimento de desesperança. As decepções e a vontade de jogar tudo para o alto brotam com frequência de nosso ser cansado e desiludido. A violência corre solta e sem freios em todos os ambientes sociais. Vivenciamos o medo, os escândalos, a corrupção, as injustiças, as omissões e tantas formas de egoísmo tomando corpo e assumindo a feição de normalidade. Assim, a nossa tendência é de fechamento em um mundinho aparentemente seguro, como se fosse possível sentir-se realizado no isolamento.                 Como cristãos, porém, não podemos aceitar esse jeito covarde de viver. Nós decidimos, pelo nosso Batismo, perpetuar a missão salvífica ...

DEBAIXO DO POLEIRO!

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DEBAIXO DO POLEIRO ! João J. C. Sampaio O poder exerce um fascínio indescritível. Ele toma conta de nossas vidas como tiririca em horta mal cuidada. Não há como negar tal sede que consome as nossas entranhas. Regra geral, confundimos essa tendência com o significado de autoridade. No dia-a-dia, o exercício de poder se manifesta aos montes, por palavras ou atitudes, nos seus mais diversos escalões, justificando o refrão popular. “quem pode mais chora menos”. Em algumas famílias ou entidades, o que manda menos puxa o rabo do gato ou grita com o cachorro! O poder se tornou o talismã mais cobiçado do planeta. Ele, como parasita, ocupa a preferência dos corpos e das mentes que acreditam que o mundo é o seu trono, cercado de subalternos e puxa-sacos de todos os lados. Ele se encarna, frequentemente, nos estreitos de espírito que acreditam que podem tirar o máximo de proveito dos bens alheios. Como o poder, regra geral, favorece o fácil enriquecimento, o pretencioso acumula muitos bens ...

TIME DE EMOÇÕES

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  TIME DE EMOÇÕES COM OS CRAQUES PEDRO E PAULO.     João J. C. Sampaio.                  Nos tempos vibrantes de Copa do Mundo, os nossos olhares se voltam para os muitos times e jovens atletas que, orgulhosamente, exibem as cores de seus países. Na deliciosa magia da suspensão da rotina cotidiana, somos arrebatados e, junto aos jogadores que representam a nossa pátria, entramos em campo, suamos a camisa, gritamos, choramos, rimos, cantamos, damos ordens, xingamos o juiz e saímos felizes, de alma lavada se vencemos!                 Toda partida é uma trama de emoções profundas, de altos e baixos, de cartões amarelos ou vermelhos, de advertências, pênaltis, de faltas na boca da área, causando arrepios com a possibilidade do gol... Em ca...

PÃES, PEIXES & CIA

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  PÃES, PEIXES & CIA.     João J. C. Sampaio.                 No mundo rural de tempos atrás onde vivi, era habitual entre as famílias a prática da partilha. Quando um dos vizinhos matava um porco, por exemplo, os mais chegados eram agraciados com uma porção de carne e uma invariável justificativa: - “desculpe ser tão pouca, o porco era pequeno...” As mesmas demonstrações de carinho podiam ser verificadas nos momentos de doença, quando nascia uma criança ou, simplesmente, quando havia a necessidade de se emprestar algum objeto. Um vizinho, de certo modo, olhava pelo outro, apesar da pobreza que, regra geral, tomava conta de todos!                 Atitude semelhante ocorreu com a pessoa de Jesus que, vivendo em um espaço cultural diferente do nosso, tam...

SER O BATISTA: EIS A QUESTÃO!

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  SER O BATISTA: EIS A QUESTÃO!                                                                                  João J. C. Sampaio.     Estamos no mês de Junho. Este período do ano me enche o coração de saudade e de alegria. Saudade pelos bons tempos em que, juntamente com o nosso avô materno celebrávamos a festa de São João Batista entre muitos rojões, balões, fogueira com batata doce assada, passagem descalço sobre brasas, com procissão para lavar o santo no rio, iluminada pelas velas de cera de abelha, extraída dos enxames que viviam pelo mato. Isso sem contar o pão assado ao forno que ficava ao lado da casa, a pipoca estourada em panela de ferro e servida às peneiradas, os bolinhos de amendoim fritos na gordura de porco ou amendoim torrado em casca e algun...