VIDA, SABOR PARAÍSO!
Vida, Sabor Paraíso!
João J. C. Sampaio
A experiência diária vem demonstrando que o mundo que habitamos está um tanto longe de ser a maravilha criada por Deus, segundo nos narra o livro do Gênesis. A cada dia da criação, o Senhor concluía “que tudo era bom”, mas hoje quedamos pensativos sobre o que fizemos com essa beleza.
Lançando rapidamente o olhar sobre o espaço em que nos movemos e vivemos, constatamos problemas de todo o lado e de todos os tamanhos. Em alguns casos, até pensamos que jamais obteremos soluções. São as inseguranças geradas pela violência, desemprego, drogas, desconfianças, individualismos, mentiras, desagregação familiar, descrença, desprezos, preconceitos, racismos e outros assemelhados que tornam a vida banalizada e colocada em condições de risco.
Nessa situação de constante insegurança, podemos assumir duas posturas: uma de quem não acredita em recuperação e deixa tudo como está para ver como é que fica e, outra atitude é a de quem acredita que com a inteligência ativada, boa vontade, mãos laboriosas e o coração amoroso encontrará os meios de transformação.
A primeira opção é a clara demonstração de omissão, da entrega dos pontos, do encerramento da partida mesmo sem a vitória almejada. Creio piamente que o cristão não pode aceitar, sem reagir, os males tomando conta do mundo. Assim, a segunda postura será a decidida atitude de perpetuar o gesto do Deus Criador que não se cansa de espalhar entre nós, por seu Espírito Regenerador, as sementes preciosas de paraíso. É fundamental também ter olhos bem abertos e inteligência perspicaz para vislumbrar, como um bom artista, a obra que poderá surgir de uma rocha disforme, de um pedaço insignificante de madeira ou de um monte de argila.
Hoje quero fazer um convite: vamos renovar a nossa profissão de fé na Vida. Vida que pode ser frágil, mas que por mérito da Redenção garantida por Cristo, é mais forte do que a morte.
Nossa vida tem a missão de cultivar perenemente a alegria, promover a paz e cultivar a unidade com a constante manifestação amorosa. Nossa Vida precisa viçar no gostoso convívio comunitário e não esmaecer no egoísmo narcisista que olha só para si mesmo. Fomos feitos para a comunhão e não para a desunião! Nós, os seguidores do Mestre e Senhor Jesus, só podemos optar pela Vida plena. À semelhança dos bons agricultores, a nossa missão é a de preparar com esmero o chão onde será semeado e cultivado o dom da Vida. O cultivar também poderá ser traduzido por cultuar, isto é, prestar sempre e em todo o lugar as honras e louvores ao nosso Deus, o Senhor absoluto da Vida e de todo o ser vivente.
Na prática, estamos sendo convidados a “colocar as mãos no arado” e a trabalhar pela implantação do Reino de Deus no “aqui e agora” do existir humano. O paraíso (ou o céu) pode e deve existir no “aqui e agora” com os nossos gestos de fraternidade. Para os que insistem no depois “Deus resolve”, lembramos que o paraíso se constrói com o “tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes; nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim” ( Mt. 25, 35-36). Poderíamos acrescentar o “estava perdido no mundo das drogas, da mentira, do ódio, do egoísmo e de tantas outras encrencas e me estendestes as mãos...”
Jesus nos conclama, em nome da Vida abundante, a assumir a missão de ser “luz, sal e fermento”; de buscar, sem preconceitos e desculpas os que se enveredaram por caminhos duvidosos!
Nossa Vida precisa resgatar o sabor paraíso!
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