QUERO UMA VIDA LONGA!



QUERO UMA VIDA LONGA!

João J. C. Sampaio

As Escrituras Sagradas colocam a longevidade em lugar de destaque. Mais que isso, ela é considerada uma bênção aos que, por suas vidas, se tornaram especiais diante de Deus. Em seus primeiros livros há uma insistente menção sobre a expressiva quantidade de anos vividos por alguns de seus personagens. O estranho é que, à medida que os seres humanos se encontram e se relacionam, há uma sensível diminuição da vida, a ponto do Salmista lamentar que os mais fortes conseguem atingir os 70 anos e os que teimam um pouco mais enfrentam muitos sofrimentos e desilusões (Sl.90/89,10). Isso demonstra que há problemas sérios no relacionamento entre nós. Atualmente, se afirma que a maioria de nossas doenças resultam de atritos interpessoais, de desencontros e conflitos.

Para restabelecer a longevidade e a vida feliz, o povo hebreu recebeu de Deus, por meio de Moisés um código de leis (Ex. 20, 1-17), um conjunto de regras bem definidas para que no relacionamento diário não se desse espaço aos afoitos que adoram passar por cima dos outros. De fato, somente com uma ordem social bem estabelecida é que conseguiremos debelar os famintos carunchos que danificam a vida. Sem um relacionamento harmonioso será impossível e nem valerá a pena viver longos anos. No texto bíblico sobre os mandamentos, a promessa de longevidade aparece novamente (Ex. 20, 12), como se fôssemos alertados pelo fabricante divino, que a garantia de longa vida está na observância das instruções de “bom uso” da vida humana.

Jesus viveu junto a seu povo em condições contraditórias. As leis que regiam o caminho do bom relacionamento e da justiça eram desprezadas (Sl. 19/18). Por esse motivo, Ele afrontou os donos do poder que usavam de meios sorrateiros para manterem os seus privilégios. Afinal, como se proclama, vida longa ao rei ou aos reis e o povo que se dane! Não estranhemos que o próprio Jesus conseguisse viver tão poucos anos entre nós! Também Ele morreu como um infeliz, como um danado, abandonado até pelos que se diziam seus amigos! Mas, não deixou de reagir em favor da vida plena e abundante para todos nós..

O que mais impressiona é que o Mestre de misericórdia não teve problemas com pessoas descrentes, ao contrário, todas se afirmavam religiosas, falavam e se defendiam em nome de Deus. O próprio templo, o lugar escolhido para o encontro do povo com Deus, tornou-se também o lugar preferido da exploração, um ótimo ponto comercial, pois todos para aí convergiam para cumprir os seus votos e as suas obrigações rituais. Esses dirigentes se apropriaram das normas religiosas para extrair, até dos mais pobres, o pouco que possuíam. Esse é um filme reeditado que está em cartaz em muitos de nossos templos. Jesus não suportou tamanha espoliação e chegou a usar de violência contra os sanguessugas da vida (Jo. 2, 13-17). Os entendidos em Zoologia afirmam que a família dos sanguessugas abriga cerca de 500 espécies!!! Onde há sanguessugas a vida corre perigo!

Para nós, a vida longa e feliz encontram seus fundamentos na pessoa desse Mestre de coragem, em Jesus, o Cristo e Senhor! Com o exemplo de sua ousadia precisamos promover ações mais decisivas em favor da vida. Esperar só por milagres ou especulações que resolvam os problemas é próprio dos acomodados ou alienados. Para nós, cristãos, nada mais eficiente que seguir as pegadas do aparente e frágil Cristo crucificado (1 Cor. 1, 22-23), que viveu pouco, mas garantiu a todos vida abundante.

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